segunda-feira, 28 de abril de 2008

brisa..



Brisa
Inspiração
Ele usava pincéis
Misturava tintas
Contornava
Brisa em linhas
Brisa mil cores
Ponteava
Realçava
Ela parada
só observando
e ele,
Defendia os contornos
Definia os tons
Traçava em carvão
Pintava Brisa
Moldava desejos
Apreciava Brisa
Traduzia ela na tela
Imortalizava aqueles desejos
Os detalhes
As sombras da atração
Revia a textura
Declarou pronta
Entregue
Brisa
Obra-prima

sexta-feira, 25 de abril de 2008

..


Aquele era um ótimo momento para acender um 'cigarro'. Um diálogo se fazia necessário, mas dialogar com quem, se ninguém me aguava o verbo? Nem amigo, nem amante, nem amiga, inimiga ou figura importante. Ninguém seria capaz de aguçar meu paladar de pimenta naquele dia de céu duvidoso.

Talvez a fumaça! Ela, bailarina que nunca me abandonava, estivesse eu feliz, triste, com frio, medo, ou calor; estivesse eu alegre, excitada ou magoada. Ela, a fumaça, dama que me preenchia e me fazia sentir pena das horas insones e vazias...

Eu queria apenas saber de mim naquele dia estranho. Queria saber se era uma pessoa egoísta simplesmente por não querer mais perder tempo com projetos que visivelmente não vão dar em nada ? ou se era arrogante demais por me achar mais bem resolvida e apesar do passar do tempo ainda clama por um príncipe desencantado que a leve diretamente da cama para o altar?

Eu não sabia! Sabia, apenas, que ninguém poderia me dar aquelas respostas e por isso preferi minha própria companhia. Senti saudades da fumaça que por algum tempo me socorreu, mas naquele dia não tive saída, tudo aconteceu apenas entre eu e eu, mas ela relutou e enfim se manifestou em forma suave e dançante te forma sutil me trazendo alguma resposta.

Nada tem me causado mais estranhamento do que o *esboço de gente* . Gente que quase foi alguma coisa: quase foi famoso, quase foi esposa, quase foi pai, quase foi para a Europa, quase foi escritor, quase foi doutor, quase realizou um sonho.
Me consome o fogo sagrado que arde em minhas entranhas pessoas dessa forma, insanas! Pessoas que depois * do quase * não mais se refizeram, não mais se reinventaram. Ou existe coisa mais insana do que passar a vida toda montado num cavalo de porcelana, num sonho que não voltará??

terça-feira, 22 de abril de 2008

Explosão..


Você achou que eu era a garota certa. A garota que depois de uma ressaca chegaria calada, com aspirinas e coca-cola, para te chupar .

Você pensou que eu fosse a garota certa para assoprar suas feridas sem pedir nada em troca.

Você achou que eu fosse a garota certa para subjugar em seu jogo imaginário e junto a ti enlouquecer.

Não, você estava enganado. Eu já estive - disposta a curar suas chagas. Nunca fiquei em beira de estrada esperando um estuprador de almas me assaltar e não seria agora que me colocaria nessa encruzilhada.

Não, ! Eu não sou esse tipo .

Sou do tipo que amarra o cabelo no alto da cabeça e ajeita alguns fios displicentemente para fingir naturalidade. Que usa óculos gigantes na face para esconder o brilho dos olhos com medo que eles sejam roubados e bolsas enormes para guardar todos os poemas que ainda não escrevi.

Sou o tipo que gosta de tomar sorvete de chocolate depois do sexo.
Sou o tipo que diz * eu te amo * quando tenho vontade.
Sou o tipo que usa tênis como botas de combate e chinelos para momentos de paz; que usa calcinha de algodão de meninininha e sutiã de oncinha.
Sou o tipo que se vira ao avesso com mais freqüência do que gostaria.

Eu não sou quem você imagina . Não sou a lótus que nasceu da lama do teu umbigo, não sou tua sombra, nem teu caminho. Não sou o que te falta.

Minhas insônias não são culpa sua! Elas são minhas escolhas e, antes de qualquer coisa, parte do meu plano original: estar em estado de alerta para me defender de gente estranha; estar em estado de alerta para ouvir o barulho de uma estrela se abrindo no mar ou um poema batendo as asas e levantando a poeira da minha escuridão.

Eu não sou, definitivamente, a rosa que você teve medo de matar em sua infância quando espetou o dedo na roseira. Não sou a garota certa para você - embora eu saiba que só fato de você saber disso já te faça gozar. Perversão?

Eu não tenho culpa, aliás você não tem culpa, se me permitir enganar, que na realidade você não quis mais, não pelo fato da distânica, ou até mesmo dos milhões de problemas que vinha enfrentando, e eu? Me iludindo e me preocupando como poder lhe estender a mão, como encontrar uma solução a qual lhe erguesse, lhe desse força e fôlego.

Espero que no momento você viva uma vida real, tenha menos crises e mais perseverança, que não se sinta aprisionado em não ser você, por conta do ciúmes sentido, ainda bem que isso não faz parte de você, não é? Por isso às vezes é fácil falar de algo que não sentimos.

Se dê alta de você e procure[ encontre] alguém real para amar porque só o amor que sentimos por alguém dá sentido e organiza a nossa existência. Apenas não se esqueça que * o amor, para ser amor, precisa se consumar *, como bem disse certa vez um homem lindo que carrega o amor até no nome, Jorge Amado.

Tim tim.

contra tempo com o tempo


sexta-feira, 18 de abril de 2008


Não se afobe, não
Que nada é pra já
O amor não tem pressa
Ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário
Na posta-restante
Milênios, milênios
No ar

E quem sabe, então
O Rio será
Alguma cidade submersa
Os escafandristas virão
Explorar sua casa
Seu quarto, suas coisas
Sua alma, desvãos

Sábios em vão
Tentarão decifrar
O eco de antigas palavras
Fragmentos de cartas, poemas
Mentiras, retratos
Vestígios de estranha civilização

Não se afobe, não
Que nada é pra já
Amores serão sempre amáveis
Futuros amantes, quiçá
Se amarão sem saber
Com o amor que eu um dia
Deixei pra você

quarta-feira, 16 de abril de 2008

saudades


Agora é noite e momentos de saudade
mais que nunca
aquela freqüente cilada
de querer você sempre.

Tudo em você é cheiro,
sabor e mil sorrisos.
Volta, que agora é noite
e eu preciso das estrelas
que foram pintadas
pelo sol em sua pele branca.

Seu ombro amigo
e o silêncio que sua barba
sabem provocar em mim.
Vivo a apreciar no teu peito
o céu mais estrelado
e de infinito prazer

sexta-feira, 11 de abril de 2008

: )


Eu já sei o que meus olhos vão querer

Quando eu te encontrar

Impedidos de te ver

Vão querer chorar

Um riso incontido

Perdido em algum lugar

Felicidade que transborda

Parece não querer parar

Não quer parar Não vai parar

Eu já sei o que meus lábios vão querer

Quando eu te encontrar

Molhados de prazer

Vão querer beijar

E o que na vida não se cansa

De se apresentar

Por ser lugar comum

Deixamos de extravazar, de demonstrar

Nunca me disseram o que devo fazer

Quando a saudade acorda

A beleza que faz sofrer

Nunca me disseram como devo proceder

Chorar, beijar, te abraçar, é isso que quero fazer

É isso que quero dizer

Eu já sei o que meus braços vão querer

Quando eu te encontrar

Na forma de um "C"

Vão te abraçar

Um abraço apertado

Pra você não escapar

Se você foge me faz crer

Que o mundo pode acabar, vai acabar

terça-feira, 8 de abril de 2008

:/



Quando acordei,
essas marcas já estavam aqui.
E eu, amassada
encolhida
destruída
presa
perdida.

Não posso ir até o espelho,temo minha decadência,dor e toda falta de chão.
passantes, passamos, passado!

reconhecendo


Eu já estive apaixonada pelo inimigo
Hoje, sem o desejo da carne
eu apenas o amo
Desejo a nossa total distância
e também a felicidade dele
Guardo apenas lembranças
Mantenho a distância do veneno.

domingo, 6 de abril de 2008

estar assim..


Me esforço em ser bem humorada. Em causar boas impressões apesar de não fazer muita questão em vários momentos. Tento ser indiferente ao que me incomoda, guardo lá no fundo tudo aquilo que não quero que transpareça, me faço de forte, de dona de mim. Mas sempre tem aquelas fases em que não dá para segurar a onda tão bem. Quando você olha um céu espetacular ou lê um texto tocante e vem aquele enjôo na boca do estômago. O mal-estar de quem se sente vazio demais, mesmo quando está cheio de tudo. Aquela angústia de quem não se acha suficientemente boa para ver aquele céu ou para ler aquele texto.
A vida pesa, o dia pesa, e encurva o corpo, e mais ainda a alma. Ela vai encurvando até quase tocar o chão. E o caminho vai ficando cada vez mais difícil de se percorrer.
É uma noção de solidão tão forte, tão palpável que à vezes parece que vou me afogar debaixo da minha consciência. É uma falta de sentido em tanta coisa que está em volta, que a sensação de que tudo vai desaparecer em um instante quase faz desmaiar.
Uma dor sem motivo aparente, a cabeça que voltou a latejar. Acordar já com dor de cabeça, já com enjôo, já com o coração aos pulos como se fosse sair pela boca e sem nenhum porquê para tudo isso [ ou não ]. Os olhos que pesam junto com a vida. A vontade mais do que enorme de deitar e ficar ali para sempre. As coisas esperadas e boas que parecem não ter sentido de serem boas. A vontade de falar em alto e bom som algumas verdades para uma porção de gente. Mas que não pode, não deve, não é educado. E alguém se preocupa mesmo com isso? Tanta injustiça escancarada, batendo de frente com a gente todo dia, apontando o dedo na nossa cara e gritando que somos uns merdas e não vamos conseguir mudar nada... A falta de ar, de falar, de andar eretamente...Um caminho solitário no coração vazio dessa vida estranha.
E o dia continua passando.

sábado, 5 de abril de 2008

testimonial

Não quero sua imagem imortalizada em um quadro na parede
Não quero transformar em valor monetário a riqueza dos seus sorrisos
Não quero deixar um gostar impossível de se concretizar
Quero entender da força sábia que olha para o céu
Quero mergulhar no seu perfume e na vivacidade da sua cor
Quero me deitar em um campo de girassóis num dia ensolarado
e sempre estar ao seu lado, longe ou perto, sempre presente em teus dias, pois o amor que sinto por você me surpreende a cada dia...
saudades de voce..de tudo com vc, beijo, toque,sim e não, olhares,abraços,banho,voltas da madrugada...quero vc, amo vc!

sexta-feira, 4 de abril de 2008

rever


revisão efetiva para os velhos comportamentos medíocres
revisão dos receios e de todas as síndromes cicatrizes
revisão do tempo e melhor aproveitamento da claridade dos dias ou beleza das noites
revisão dos sentimentos para proporcionar fala a alma
revisão dos amigos para poder caminhar mais do que o esperado
revisão das palavras e de tudo que fere sem tocar
revisão do que se sabe para entender as corretas utilizações
revisão das velhas leituras para colher os frutos que agora já estão maduros
revisão da vida para não morrer o corpo físico e as esperanças
revisão para se aperfeiçoar ou mudar tudo
rever para viver...

quinta-feira, 3 de abril de 2008

osho



A dança e o riso são as melhores portas, as mais naturais, as mais facilmente acessíveis para entrarmos na 'não-mente'. Se você realmente dançar, o pensamento pára. Se você dançar sem parar, girando, girando e se tornar um redemoinho - todas as fronteiras, todas as divisões desaparecem.
Você nem mesmo sabe onde seu corpo termina e onde a existência começa. Você se dissolve na existência e ela em você.
E se você estiver realmente dançando - não controlando a dança, mas deixando que ela o conduza - se você estiver possuído pela dança, o pensamento pára.
O mesmo acontece com o riso. Se você for possuído pelo riso, o pensamento pára. E se você conhecer alguns momentos de 'não-mente', esses vislumbres lhe assegurarão muito mais recompensas que irão surgir.
O riso pode ser uma bela introdução a um estado de não-pensamento.
No dia em que o homem se esquecer de sorrir, no dia em que o homem se esquecer de brincar, no dia em que o homem se esquecer de dançar, ele não será mais um homem, perderá sua essência. A brincadeira o deixa leve, o amor o deixa leve, o riso lhe dá asas.
Dançando com alegria ele pode tocar as estrelas mais longínquas, pode conhecer o próprio segredo da
vida.

terça-feira, 1 de abril de 2008

quase


"Ainda pior que a convicção do não, é a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase!É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase amou não amou.Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e na frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até para ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor. Mas não são.
Se a virtude estivesse mesmo no meio-termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Para os erros há perdão, para os fracassos, chance, para os amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma.Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.
Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite em você.
Gaste mais horas realizando que sonhando...
Fazendo que planejando...
Vivendo que esperando...
Porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu."

eu e só


não quero Guerra
Não quero a paz..
muito menos o equilibrio !
eu quero viver
eu quero sentir..
eu sou e só.