sexta-feira, 18 de julho de 2008

.: sounds of Silence



Olá escuridão, minha velha amiga

Eu vim para conversar com você novamente

Por causa de uma visão que se aproxima suavemente

Deixou suas sementes enquanto eu estava dormindo

E a visão que foi plantada em minha mente

Ainda permanece

Entre o som do silêncio
Em sonhos agitados eu caminhei só

Em ruas estreitas de paralelepípedos

Sob o halo de uma lamparina da rua

Virei minha gola para frio e umidade

Quando meus olhos foram esfaqueados pelo flash

De uma luz de néon

Que rachou a noite

E tocou o som do silêncio
E na luz nua eu enxerguei

Dez mil pessoas talvez mais

Pessoas conversando sem estar falando

Pessoas ouvindo sem estar escutando

Pessoas escrevendo canções

Que vozes jamais compartilharam

Ninguém ousou

Perturbar o som do silêncio

"Tolos," digo eu, "

vocês não sabem

O silêncio como um câncer cresce

Ouçam as palavras que eu posso lhes ensinar

Tomem meus braços que eu posso lhes estender"

Mas minhas palavras

Como silenciosas gotas de chuva caíram

E ecoaram no poço do silêncio
E as pessoas se curvaram e rezaram

Para o Deus de neon que elas criaram

E um sinal faiscou o seu aviso

Nas palavras que estavam se formando

E o sinal disse"As palavras dos profetas

Estão escritas nas paredes do metrô

E nos corredores dos conjuntos habitacionais

E sussurraram o som do silêncio

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