Talvez ele não saiba que aquela dor que ele causou, calou os olhos dela violentamente por uns tempos.Isso não é crime, é carma: magoar alguém assim, dentro do melhor vestido, remover com lágrimas o rímel cuidadosamente passado, deixar tão descrente alguém que achava a vida mágica...
Talvez ele nem desconfie que quando ele disse eu vou embora e ela tudo bem, logo que se deram as costas, ela respirou fundo uma, duas, três vezes, colocou quatro gotas de floral de Bach embaixo da língua e se afundou na tristeza escutando Killing Me Softly da Roberta Flack e Como Vai Você? do Roberto Carlos.E que passou sete dias lendo Nietzsche revoltada com o “último homem” e discordando do “Pequeno Príncipe” de Exupéry. Entendeu perfeitamente o I CHING quando disse que não era favorável atravessar a grande água e foi dormir sem sono, meditando cura e mantrando plenitude nas caminhadas matinais que só fazia se houvesse chuva. (Mas tentou suicídio comendo o último pedaço de pizza de calabresa esquecida, desde aquele dia, dentro do forno apagado...Porque morrer de amor seria um exagero).
Talvez ele nem imagine que ela parou de sair com os amigos pra beber vinho em casa escondido, no café-da-manhã. E escreveu vinte e nove cartas sobre a raiva e nunca enviou porque era moça espiritualista e tinha que manter o discurso saudável do “isto também passará”.(Não mandou, mas depois da segunda garrafa de vinho às três da tarde, foi por um triz).
Talvez ele nunca saiba que ela mudou os móveis de lugar, mandou queimar o colchão que já conhecia tanto o peso dos dois, e deu pro morador de rua o edredom que testemunhara tantos abraços noturnos.Dormiu no chão, quis mudar de religião, leu Lacan e criticou Freud pelo seu processo lento e generalizador.Pensou em mudar de curso, de profissão, de cidade.Quis mudar de si, já que seu corpo era a casa de um só sentimento.Fez uma viagem, não quis conhecer ninguém, posou de antipática porque estava apática.Se escondeu da lua cheia, fez do seu quarto um campo de concentração e depois se mudou para sala.Trancou todas as portas pra não entrar qualquer ilusão.Por tanto tempo era ela e sua tristeza intransitiva.
O que ele também não sabe porque nem ela sabia, é que um dia ela acordaria assim, vazia daquele amor.A dor exaustiva de cabeceira havia cessado, deixada no fundo do poço.Parou de se alimentar daquela porção individual de desilusão e enterrou o passado num túmulo desconhecido, para que não houvesse a menor possibilidade de revisitá-lo.
(Ele quase soube disto quando pensou que ainda estava recente para ensaiar uma recaída,um flashback. Mas para ela, que só soube na hora do reencontro tão almejado,já era tarde.)
Havia criado um mantra: No momento em que me dei inteira, ele me deu as costas.Isso não pode continuar supervalorizando uma saudade.Ser uma mulher curada de um amor, dependendo das circunstâncias, pode ser melhor que ser uma mulher amada...por ele.
E o seu melhor vestido pedia uma nova chance e um rímel à prova dágua.
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
terça-feira, 25 de novembro de 2008
domingo, 23 de novembro de 2008
sobre anotações
VERBO SER
Que vai ser quando crescer?
Vivem perguntando em redor. Que é ser?
É ter um corpo, um jeito, um nome?
Tenho os três. E sou?
Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito?
Ou a gente só principia a ser quando cresce?
É terrível, ser? Dói? É bom? É triste?
Ser; pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas?
Repito: Ser, Ser, Ser. Er. R.
Que vou ser quando crescer?
Sou obrigado a? Posso escolher?
Não dá para entender. Não vou ser.
Vou crescer assim mesmo.
Sem ser Esquecer.
Carlos Drummond de Andrade
Sobre lições
Em meio aos meus dramas pessoais,
eis que surge uma aluninha de 8 anos, que acabara de perder o pai.
Como?
Se jogando em frente a um caminhão.
Motivo?
um cara endividado, com tudo premeditado, onde até o seguro havia sido intencional, o qual isentava toda sua família das dívidas deixadas.
E ela, se dirige até onde eu estava, com o sorriso menos brilhantes como dos outros dias, vestia a correntinha com um medalhinha a qual o pai não tirava do corpo.
E disse: Tia Cacá, quero fazer uma tautagem você faz pra mim?
Eu, Claro que sim.
E ela - então escreve bem bonito aqui, me mostrando o bracinho - " Papai Te Amo" com um coração.
Meu chão cedeu, meus dramas desapareceram.
Peguei uma dessas canetinhas coloridas e fiz a "tatuagem" para ela.
Olhando pra mim, com um sorriso mais intenso, me agradeceu com um beijo forte, e saiu correndo com outras crianças.
Obrigado, eu digo a ela um pequeno grande coração, que me faz entender dia-a-dia, que a vida nos surpreende das mais variadas maneiras. E que devo sempre olhar menos para meu umbiguinho com situações as quais não me acrescentam em nada. E seguir com força para encarar tudo.
.
.
.
Finalizar uma tarde de domingo ao som da sua voz, me faz tão bem!!
eis que surge uma aluninha de 8 anos, que acabara de perder o pai.
Como?
Se jogando em frente a um caminhão.
Motivo?
um cara endividado, com tudo premeditado, onde até o seguro havia sido intencional, o qual isentava toda sua família das dívidas deixadas.
E ela, se dirige até onde eu estava, com o sorriso menos brilhantes como dos outros dias, vestia a correntinha com um medalhinha a qual o pai não tirava do corpo.
E disse: Tia Cacá, quero fazer uma tautagem você faz pra mim?
Eu, Claro que sim.
E ela - então escreve bem bonito aqui, me mostrando o bracinho - " Papai Te Amo" com um coração.
Meu chão cedeu, meus dramas desapareceram.
Peguei uma dessas canetinhas coloridas e fiz a "tatuagem" para ela.
Olhando pra mim, com um sorriso mais intenso, me agradeceu com um beijo forte, e saiu correndo com outras crianças.
Obrigado, eu digo a ela um pequeno grande coração, que me faz entender dia-a-dia, que a vida nos surpreende das mais variadas maneiras. E que devo sempre olhar menos para meu umbiguinho com situações as quais não me acrescentam em nada. E seguir com força para encarar tudo.
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Finalizar uma tarde de domingo ao som da sua voz, me faz tão bem!!
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
sobre achismos
Fácil, super, mega, ultra fácil se refirir a sentimentos alheios sem que esteja em contato. Palavras vistas, jogadas, soltas, aleatórias, por aqui, por ai, não mostram olhares e corações disparados, acelerados ou calados.
Falo por mim, julgo por mim, olho por mim...
Eu amo, eu sei o que eu quero, sempre soube e luto pelo mesmo, independente de amores baratos ou paixões arrebatadores,me supero, como me reergui depois de ver que: "tatuagem unem pessoas", porque foi assim, meio que estupefada diante da foto que liguei e perguntei tendo como resposta - você quer falar sobre? Nada, nada além disso; e vieram os fatos as cenas explícitas de felicidades, e descobri que não era a única capaz de fazê-lo Feliz, que existem outras tantas possibilidades e pessoas.. O fato de saber que ele dissera que amara outra, saber que dormia, sorria, tocava e olhava para outra. Me corroeu por um tempo.
Me calei sem questionar a atitude dele, muito menos dela ( claro,dela jamais passou pela minha cabeça, não cabia a mim).SIlenciei. E dela mesmo sem conhecer sentia algo muito bom, gostava de trocar palavras e o abraço também sincero em esbarros pelo lugar mais lindo que já conheci.
Resolvi seguir em frente, afinal os dias não me permitiam que parasse, mesmo sem forças, contando os passos, segui. E quando meu coração encontrava-se em paz, tranquilo, as palavras dele voltaram. Assutei, mas confesso que sorri, meio assim de canto de boca, uma felicidade lá no fundinho..hesitei em corresponder, mas não resiti, minhas respostas sempre sem rodeios, simples sem o mesmo sentimento que um dia senti por ele, apenas carinho.De mansinho as palavras foram vindo com mais intensidade, sentiu ciúmes. claro! resolvi Viver a minha vida. Em palavras vistas ela dizia que sabia que eu estava 'rondando', mas, agora entendo que ela não sabia.Ele quis um novo contato, sem ela, eu permiti que acontecesse.Foi fantástico e estranho reencontrá-lo, tremia em revê-lo, o primeiro beijo foi difícil depois de tanto TUDO, aos poucos suas mãos enconstavam na minha, seus olhos entraram nos meus e me rendi ao meu desejo de fazer o que mais gostava - te encher de abraços- E os dias com ele, foram simples e intensos.Eu sem pretensão de voltar, ou algo do tipo apenas deixei que acontesse, as horas passaram, noite, dia e como todo bom sonho termina.Ele voltou para sua vida, e dias depois me liga dizendo: Que tudo o que passamos de nada significou, que ele iria seguir sua vida com ela, tudo isso dito ao lado dela.
Fiquei em choque, o telefone da minha mão caiu, lágrimas rolaram desinfreadamente, perdi a cor, avoz, o chão. A amiga que estava ao lado, e que me via atende-lo toda feliz e cheia de sorriso, estava sem entender e me agarrou com um abraço e um beijo.Tudo havia se desfeito.A pior coisa que me acontecera no ano, pior até de saber que havia me deixado por ela.Ser trocada, e saber que mesmo comigo ele ainda se inclinava para ela, meu corpo longe dele, meu coração junto a ele, sofri, sofri pra caralho, não digeri toda história ainda, ele vai e volta, aliás ele nunca se foi, o que nos liga não é qualquer sentimento proferido por ai. Simples dizer sem compreender. O que me liga a ele, depois de tantos trovões, raios e vendaval é AMOR, não qualquer amor visto, quisto. Amor de querer bem,amor que resiste, que não acaba,que mesmo em farrapos encontra forças para se reenguer que apenas tentou adormecer sem conseguir, ele pulsa aqui dentro, vivo, forte.É amor com ou sem ele.
Agora, resolveu voltar se é definitivo, não sei.Só quero que aconteça.Só quero nossa felicidade juntos ou não. Mas, voltamos a sonhar.
Falo por mim, julgo por mim, olho por mim...
Eu amo, eu sei o que eu quero, sempre soube e luto pelo mesmo, independente de amores baratos ou paixões arrebatadores,me supero, como me reergui depois de ver que: "tatuagem unem pessoas", porque foi assim, meio que estupefada diante da foto que liguei e perguntei tendo como resposta - você quer falar sobre? Nada, nada além disso; e vieram os fatos as cenas explícitas de felicidades, e descobri que não era a única capaz de fazê-lo Feliz, que existem outras tantas possibilidades e pessoas.. O fato de saber que ele dissera que amara outra, saber que dormia, sorria, tocava e olhava para outra. Me corroeu por um tempo.
Me calei sem questionar a atitude dele, muito menos dela ( claro,dela jamais passou pela minha cabeça, não cabia a mim).SIlenciei. E dela mesmo sem conhecer sentia algo muito bom, gostava de trocar palavras e o abraço também sincero em esbarros pelo lugar mais lindo que já conheci.
Resolvi seguir em frente, afinal os dias não me permitiam que parasse, mesmo sem forças, contando os passos, segui. E quando meu coração encontrava-se em paz, tranquilo, as palavras dele voltaram. Assutei, mas confesso que sorri, meio assim de canto de boca, uma felicidade lá no fundinho..hesitei em corresponder, mas não resiti, minhas respostas sempre sem rodeios, simples sem o mesmo sentimento que um dia senti por ele, apenas carinho.De mansinho as palavras foram vindo com mais intensidade, sentiu ciúmes. claro! resolvi Viver a minha vida. Em palavras vistas ela dizia que sabia que eu estava 'rondando', mas, agora entendo que ela não sabia.Ele quis um novo contato, sem ela, eu permiti que acontecesse.Foi fantástico e estranho reencontrá-lo, tremia em revê-lo, o primeiro beijo foi difícil depois de tanto TUDO, aos poucos suas mãos enconstavam na minha, seus olhos entraram nos meus e me rendi ao meu desejo de fazer o que mais gostava - te encher de abraços- E os dias com ele, foram simples e intensos.Eu sem pretensão de voltar, ou algo do tipo apenas deixei que acontesse, as horas passaram, noite, dia e como todo bom sonho termina.Ele voltou para sua vida, e dias depois me liga dizendo: Que tudo o que passamos de nada significou, que ele iria seguir sua vida com ela, tudo isso dito ao lado dela.
Fiquei em choque, o telefone da minha mão caiu, lágrimas rolaram desinfreadamente, perdi a cor, avoz, o chão. A amiga que estava ao lado, e que me via atende-lo toda feliz e cheia de sorriso, estava sem entender e me agarrou com um abraço e um beijo.Tudo havia se desfeito.A pior coisa que me acontecera no ano, pior até de saber que havia me deixado por ela.Ser trocada, e saber que mesmo comigo ele ainda se inclinava para ela, meu corpo longe dele, meu coração junto a ele, sofri, sofri pra caralho, não digeri toda história ainda, ele vai e volta, aliás ele nunca se foi, o que nos liga não é qualquer sentimento proferido por ai. Simples dizer sem compreender. O que me liga a ele, depois de tantos trovões, raios e vendaval é AMOR, não qualquer amor visto, quisto. Amor de querer bem,amor que resiste, que não acaba,que mesmo em farrapos encontra forças para se reenguer que apenas tentou adormecer sem conseguir, ele pulsa aqui dentro, vivo, forte.É amor com ou sem ele.
Agora, resolveu voltar se é definitivo, não sei.Só quero que aconteça.Só quero nossa felicidade juntos ou não. Mas, voltamos a sonhar.
terça-feira, 18 de novembro de 2008
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
sobre o dia
Fazer todos os dias a mesma coisa?!
Rotina requer disciplina... nunca fui fã da mesmice!!!
Medo nenhum. É pavor mesmo....
de estar sempre no mesmo lugar, vem d’alma pedir mais!
Essa inquietude que paira em minha mente é a única rotina que constato no tal cotidiano.
Sou filha das águas, elemento agua. Fases sim! sou cíclica.
Mas, aqui estou eu tentando mirar para norte numa bússola que o centro é o meu coração.
Pego-me indo a direções de praias desertas, paraísos sonhados, castelos que construo.
Quem sabe o que se dá em mim, quem sabe o que será de nós, não quero entender, quero apenas sentir.
E no fundo tudo o que mais preciso é isso...
música pra alimentar, uma cachoeira pra lavar, cachaça pra ver o mundo rodar (rs) e papel e caneta pra não parar.
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
terça-feira, 11 de novembro de 2008
sábado, 8 de novembro de 2008
.:ela:.
Ela vai mudar,
Vai gostar de coisas que ele nunca imaginou
Vai ficar feliz de ver que ele também mudou
Pelo jeito não descarta uma nova paixão
Mas espera que ele ligue a qualquer hora
Só pra conversar
E perguntar se é tarde pra ligar
Dizer que pensou nela
Estava com saudade
Mesmo sem ter esquecido que passou...
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
Memórias Pueris
I- Algumas vezes, quando somos crianças, nossas mães nos obrigam a acompanhá-las por suas obrigações. São aqueles passeios que não nos servem de nada: não é o zoológico, nem um parque, nem uma loja de brinquedos com direito a tudo o que quisermos. É só uma ida a um lugar chato, cheio de pessoas chatas, para fazer qualquer coisa chata e voltar para casa chateados.
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II- Desde pequena queria poder guardar comigo, bem apertado no peito, as coisas que eu queria ter pra sempre. Como fazia com a camisola da minha mãe quando ela ia trabalhar e eu ficava sozinha em casa. Doía, mas sempre tive a certeza de que ela voltaria.
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III- Luzes, cores, o cheiro do pinheiro definhando na sala escura e a alegria : o Natal chegara e eu fazia planos do tamanho dos meus seis anos. O que o velho Noel traria este ano?
- Papai Noel não existe! Exclamou meu primo.
- Existe sim! Bati o pé, decidida.
- Não existe!
- Existe!
- Não existe!
- Existe siiim! Quer ver? Ô Mãããe! O Edi(regi) falou que Papai Noel não existe. Fala pra ele que ele existe!
Houve silêncio.
- É verdade, Cá, papai Noel não existe...
Houve barulho.
Existir ou não existir não era a questão. A questão é que, naquele momento, eu tive que lidar com a dor da decepção, da mentira e da traição.
PS_ preparatório das fruturas tantas - decepções,mentiras e afins.
Sexta, hoje!
Depois do sono tranquilo, abri a janela e me deparei com um dia lindo!
uma brisa gelada,
Céu cinzento,
aquele friozinho pra ficar de pijama o dia todo.
Edredon
um bom som.
filme na Tevê.
Perfeito pra me entupir de besteiras e ficar fazendo tudo que gosto.
No meu quarto, no meu canto, no meu NOVO LAR.
Me permiti.
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
terça-feira, 4 de novembro de 2008
domingo, 2 de novembro de 2008
e
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