sexta-feira, 7 de novembro de 2008
Memórias Pueris
I- Algumas vezes, quando somos crianças, nossas mães nos obrigam a acompanhá-las por suas obrigações. São aqueles passeios que não nos servem de nada: não é o zoológico, nem um parque, nem uma loja de brinquedos com direito a tudo o que quisermos. É só uma ida a um lugar chato, cheio de pessoas chatas, para fazer qualquer coisa chata e voltar para casa chateados.
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II- Desde pequena queria poder guardar comigo, bem apertado no peito, as coisas que eu queria ter pra sempre. Como fazia com a camisola da minha mãe quando ela ia trabalhar e eu ficava sozinha em casa. Doía, mas sempre tive a certeza de que ela voltaria.
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III- Luzes, cores, o cheiro do pinheiro definhando na sala escura e a alegria : o Natal chegara e eu fazia planos do tamanho dos meus seis anos. O que o velho Noel traria este ano?
- Papai Noel não existe! Exclamou meu primo.
- Existe sim! Bati o pé, decidida.
- Não existe!
- Existe!
- Não existe!
- Existe siiim! Quer ver? Ô Mãããe! O Edi(regi) falou que Papai Noel não existe. Fala pra ele que ele existe!
Houve silêncio.
- É verdade, Cá, papai Noel não existe...
Houve barulho.
Existir ou não existir não era a questão. A questão é que, naquele momento, eu tive que lidar com a dor da decepção, da mentira e da traição.
PS_ preparatório das fruturas tantas - decepções,mentiras e afins.
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